A lombalgia (dor lombar ou dor nas costas), é um problema muito comum entre a população, acometendo de jovens a idosos. Mais de 90% da população irá ter um episódio de dor lombar em suas vidas.
Em geral, a dor nas costas tem uma origem inespecífica, pois pode ser devido a múltiplos fatores
- Má postura
- Ter levantado muito peso
- Uma lesão muscular (como um espasmo) ou dor miofascial
- Artrose (dor facetária)
- Estresse e sobrecarga.
Menos de 20% dos casos de dor lombar se originam por causas graves (como inflamatórias, infecciosas ou tumorais).
Os sintomas incluem uma dor local ou irradiada para as pernas, dependendo do grau e tipo de lesão. Também é normal que se observe inflamação na região e contraturas musculares.
Quando a lombalgia acomete inervação, seja por radiculopatia ou lesão facetária, pode resultar em formigamento ou dormência da área e dificuldades de movimento.
A lombalgia pode ser classificada em dois tipos: aguda e crônica. O que as diferencia é a duração dos sintomas.
Dor lombar aguda
A lombalgia aguda acontece por lesão repentina (como um estiramento muscular, por exemplo), sendo geralmente uma dor intensa que aparece após um esforço físico ou um movimento inadequado.
Felizmente, a lombalgia, na maioria dos casos, costuma ir embora sozinha dentro duas a quatro semanas.
Se a dor se prolongar por mais de seis semanas, devem ser feitas investigações para a confirmação do diagnóstico, avaliação do tratamento e, se necessário, elaboração de um plano abrangente de reabilitação.
Os profissionais habilitados a tratar o problema são o fisiatra, o ortopedista, o reumatologista ou o neurocirurgião.
Dor lombar crônica
Já a lombalgia crônica pode acometer pessoas de todas as idades – embora seja mais frequente a partir da quarta década de vida – e se apresenta com dor moderada a intensa, de duração superior a três meses e com importante incapacitação física. Ainda que possa aparecer em qualquer pessoa, sabe-se que o pico desse diagnóstico é entre a quarta e a sexta década de vida, ou seja, em pessoas de idade ativa.
Segundo o NIH, cerca de 20% das pessoas afetadas por dor aguda acabam evoluindo para um quadro crônico, com sintomas que chegam a persistir por um ano. Em indivíduos com menos de 45 anos, a lombalgia mecânica representa a causa mais comum de incapacitação e, em geral, está associada a uma lesão ocorrida no trabalho.
Já em indivíduos com mais de 45 anos, a lombalgia mecânica é a terceira causa mais comum de incapacitação.
Alguns dos diagnósticos comuns para esse tipo de dor incluem lombalgia músculo-esquelética – como a dor lombar pela síndrome dolorosa miofascial, hérnia de disco, degeneração do disco, distensão muscular, estenose da medula espinhal, compressão por fratura devido à osteoporose, lombociatalgia (por radiculopatia) e artrites (osteoartrose ou artrite reumatoide, por exemplo).
Aprenda mais sobre Anatomia, Nervos, Ligamentos e Discos da Coluna Vertebral
Anatomia da Coluna Vertebral
Para você entender tudo o que acontece com a coluna vertebral, vamos começar por sua forma, sua anatomia.
As regiões anatômicas da coluna vertebral são: cervical, torácica (ou dorsal), lombar, sacral e coccígea.
A coluna vertebral é vital para o corpo humano, e tem entre suas funções, o equilíbrio, o movimento e a proteção da medula espinhal.
Aprenda mais sobre as Estruturas da Coluna Vertebral
Exemplos de Lesões comuns no Disco Intervertebral
Causas de dores nas costas
A maior parte das dores na lombar decorrem de lesões nociceptivas, como dores musculares por movimentos repetitivos, carregamento de peso ou má postura.
As estruturas anatômicas que podem estar acometidas em um episódio de dor lombar são:
- O disco intervertebral.
- A musculatura intrínseca e extrínseca.
- Facetas entre as articulações da coluna
- Nervos e raízes nervosas
O disco intervertebral pode gerar dor tanto por um excesso de inervação quanto por sua deformação, e às vezes desenvolver protrusões e hérnias que podem acabar pressionando a saída do nervo intervertebral (radiculite).
Com o desenvolvimento das técnicas de diagnóstico clínico utilizando tomografia computadorizada e ressonância magnética, vemos muitas hérnias discais que não oferecem sintoma ou dor alguma.
No entanto, é de vital importância manter um bom tônus muscular dos estabilizadores do tronco, que permitam suportar a postura do corpo e favorecer movimentos saudáveis da coluna.
A maioria das lombalgias inespecíficas é inicialmente devido a desequilíbrios musculares e vertebrais.
Alterações mais comuns:
- Contratura músculo-ligamentar.
- Distensão muscular
- Síndrome Dolorosa Miofascial
- Doença discal não complicada (protusão discal).
- Dor facetária (artrose nas articulações facetárias da coluna)
Até 90% das crises de lombalgia se resolvem em no máximo seis semanas. No entanto, 60% das pessoas podem apresentar uma nova crise em até 2 anos.
Doenças associadas e demais causas de dores lombares
Como você viu até aqui, em grande parte das vezes a dor nas costas decorre de algum movimento incorreto ou sobrecarga e desaparece quase tão facilmente quanto apareceu.
No entanto, existem alguns casos em que a lombalgia é apenas uma manifestação de outra doença associada.
A lista abaixo contém algumas possíveis causas para a dor nas costas desde os fatores emocionais, como o estresse (que pode levar a contraturas musculares e, consequentemente, dores), até problemas passíveis de diagnóstico e tratamento médico, como hérnias de disco e dor facetária.
Postura inadequada
Má postura ao dirigir ou dormir pode causar problemas como dores lombares e hérnia de disco, por fazer uma sobrecarga na musculatura da coluna vertebral, nos discos intervertebrais e nas articulações facetárias.
Hérnia de disco
A hérnia de disco gera a pressão dos nervos da coluna, provocando dor na região da lombar. A dor geralmente irradia por uma das pernas, com sensação de choque e formigamento.
Dor ciática (ciatalgia)
ciatalgia, é a dor ao longo do curso do nervo ciático, geralmente resultado de comprometimento de raiz nervosa na coluna, mas pode ser também por compressão ou inflamação do próprio nervo.
Inflamação ou distensão muscular
A região lombar está propensa a certa tensão por causa de sua função de suporte de peso e por sua participação no movimento, torção e flexão.
Síndrome do piriforme
A síndrome do piriforme é uma dor resultante de uma inflamação no nervo ciático quando ele passa pelo músculo piriforme, podendo gerar dor no quadril e nas pernas.
Síndrome Dolorosa Miofascial
É uma causa comum de dor no músculo caracterizada pela presença de pontos gatilhos, que geram dor local ou à distância (referida). É causa comum de dor crônica.
Degeneração discal (espondiloartrose)
A degeneração não chega a ser uma doença, mas sim um acontecimento normal do processo de envelhecimento. Esse desgaste normal acomete a coluna como um todo, de modo proporcional e compatível com a idade.
Escorregamento de vértebra (espondilolistese)
A espondilolistese é o escorregamento ou a luxação de um corpo vertebral sobre o outro, podendo gerar sobrecarga articular e pinçar nervos, gerando uma dor neuropática importante.
Dor facetária (artrose da articulação da coluna)
Síndrome facetária é uma condição comum na qual as articulações das juntas das vértebras, responsáveis pela estabilidade e flexibilidade espinhais, ficam inflamadas e inchadas.
Problemas emocionais, ansiedade e stress
O estresse provoca diversos efeitos nocivos na vida das pessoas. Dor nas costas pode ser um deles.
Causas raras e incomuns de dores nas costas
Casos ainda mais graves, como infecções ou tumores também podem apresentar dor nas costas como um dos seus sintomas. Nesses casos, tratar apenas a dor, sem avaliação correta e aprofundada por um profissional, significa apenas mascarar o sintoma e postergar o tratamento adequado.
É por isso que nunca é demais reforçar que, em caso de dor persistente, um médico especialistas deverá ser consultado, para uma investigação detalhada e aprofundada.
A lista abaixo contém algumas condições pouco frequentes (juntas, elas respondem por menos de 1% das ocorrências), porém graves que podem estar por trás de uma dor nas costas insistente:
Infecções
Não são uma causa comum de dor nas costas, mas podem causar dor quando envolvem as vértebras, uma condição chamada osteomielite, ou os discos intervertebrais, conhecida como discite.
Tumores
Também são uma causa relativamente rara de dor nas costas. Pode ser que tumores cresçam já diretamente nas costas, mas o mais comum é como resultado de metástases (cânceres que se espalharam a partir de outra parte do corpo). A dor causada pelo tumor na coluna é tipicamente persistente e progressiva e não melhora com o repouso. Muitas piora à noite, acordando o paciente do sono.
Síndrome da cauda equina
É uma complicação rara, mas grave de uma hérnia de disco. Ocorre quando o material do disco é empurrado para dentro do canal vertebral e comprime o feixe de raízes nervosas lombares e sacrais, causando perda de controle da bexiga e do intestino. Pode resultar em dano neurológico permanente se não for tratada.
Aneurismas da aorta abdominal
Ocorrem quando a artéria que fornece sangue para o abdômen e pernas aumenta de tamanho. Dor nas costas pode ser um sinal de que o aneurisma está crescendo e que o risco de ruptura deve ser avaliado.
Pedras nos rins
Podem causar dor aguda nas costas, normalmente apenas em um dos lados. A dor costuma ser aguda, piorar com o tempo e não melhora com a mudança de posição.
De onde vem essa dor? Como cada crise acontece?
Na lombalgia mecânica, tipo mais comum de lombalgia, a dor não irradia para outros lugares do corpo, como a coxa, e costuma passar depois de um tempo com ou sem o tratamento.
Já na hérnia de disco, o paciente faz algum esforço, o material nuclear é impelido para trás através das fibras do anel fibroso. Nesse momento o indivíduo não sente dor alguma, mas, durante a noite, por causa da maior embebição aquosa do núcleo e da elevação da pressão intradiscal, as fibras se rompem. Horas depois, a pessoa começa a sentir uma dor aguda e intensa, que costuma irradiar para as pernas.
No osteoma osteoide, um tipo de tumor ósseo benigno relativamente comum, a dor começa com a liberação de prostaglandinas pelas células tumorais durante a noite. O paciente relata incômodo nesse período e também no começo do dia.
No caso de estreitamento do canal raquidiano, a dor lombar vem durante a noite e melhora ao se sentar. Algumas vezes aparecem acompanhada de dor também na panturrilha e piora a dor ao caminhar, principalmente na descida.
Fatores de risco para dores nas costas
Você já entendeu que a dor lombar pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade, sexo e nível de atividade, mas se você está em um grupo de risco, pode estar mais exposto a sofrer com os sintomas.
Condições como gravidez, idade, baixo nível de condicionamento e a existência de doenças pré-existentes, como a fibromialgia, podem favorecer o incômodo.
Esses fatores incluem:
Idade
Conforme as pessoas envelhecem, a perda de força dos ossos pela osteoporose pode levar a fraturas. O tempo também leva a uma diminuição natural da elasticidade e do tônus muscular. Os discos intervertebrais começam a perder líquido e flexibilidade com a idade (degeneração discal), o que diminui sua capacidade de amortecer o impacto entre as vértebras. O risco de estenose espinhal também aumenta com a idade.
Sedentarismo
Musculatura abdominal e lombar enfraquecidas podem não suportar corretamente a coluna vertebral. Além disso, alguns estudos mostram que o exercício aeróbio de baixo impacto é benéfico para a manutenção da integridade dos discos intervertebrais.
Gravidez
É comum mulheres sentirem incômodo na lombar na gestação devido ao peso extra na região e alterações pélvicas. Os sintomas quase sempre desaparecem após o parto.
Ganho de peso
Estar acima do peso, obeso ou ganhar uma quantidade significativa de peso rapidamente pode colocar pressão sobre as costas e levar a dor lombar.
Genética
Algumas causas de dor nas costas, como a espondilite anquilosante, por exemplo, têm um componente genético.
Atividade profissional
Exercer uma profissão que requer o levantamento de pesos ou movimentos repetitivos que envolvem torções da coluna e posturas inadequadas, pode levar a lesões e dores. Mesmo um trabalho de escritório também pode contribuir para a dor, especialmente se você senta de forma inadequada ao computador ou durante longas horas sem descanso.
Doenças mentais
Condições como ansiedade e depressão podem influenciar na dor crônica, bem como a percepção da sua gravidade. Pelo lado reverso, dores crônicas também pode contribuir para o desenvolvimento de doenças psicológicas. O estresse também pode afetar o corpo de várias maneiras, inclusive causando tensão muscular.
Mochilas muito pesadas
Dor lombar não relacionada à lesão ou outra causa conhecida é incomum em crianças pré-adolescentes, mas mochilas sobrecarregada com livros e materiais podem estirar a musculatura e ligamentos e causar fadiga muscular. A recomendação da Academia Americana de Cirurgia Ortopédica recomenda que o peso da mochila escolar não tenha mais que 15% a 20% do seu peso corporal.
Diagnóstico e exames complementares
A primeira coisa a se saber é que a dor na região lombar tem muitas vezes sua causa difícil de ser identificada, mesmo após um exame clínico minucioso, mas existem alguns procedimentos e exames que o médico pode solicitar a fim de investigar o que pode ter levado à lesão.
A grande maioria dos casos (cerca de 90%, segundo o NIH) é diagnosticada em consultório, com uma conversa entre médico e paciente associada a um exame clínico, sem necessidade de exames de imagem ou laboratoriais.
Durante o exame, o especialista deve perguntar sobre o início da dor, o local e a severidade dela, há quanto tempo o paciente sente os sintomas e se eles causam limitações de movimento, além do histórico recente de acidentes ou condições de saúde que possam ter relação com a dor.
A avaliação clínica, em geral, inclui um exame minucioso da musculatura e dos ligamentos, além de testes neurológicos a fim de que se estabeleça uma hipótese diagnóstica para, só depois, elaborar um plano de tratamento adequado. Por exemplo, se a causa da dor for a síndrome dolorosa miofascial, o que é bastante comum, o médico pode sentir nódulos e identificar pontos dolorosos (gatilhos), por um exame de tato.
Exames complementares
Caso haja necessidade, o médico pode solicitar uma radiografia ou, em alguns casos, uma ressonância magnética para complementar o diagnóstico. Outros exames menos frequentes, mas que também pode auxiliar no diagnóstico, é a densitometria óssea, usada para o diagnóstico de osteoporose.
Os exames de imagem são geralmente solicitados para exclusão de doenças graves, como infecções, tumores ou compressões de nervos.
Os mais frequentes são:
- Radiografia da coluna (raio-X): Costuma ser a primeira técnica de imagem usada para procurar ossos quebrados ou uma vértebra lesada. Esse exame mostra as estruturas ósseas e qualquer desalinhamento vertebral ou fraturas, mas tecidos moles como músculos e ligamentos não são visíveis nas radiografias convencionais.
- Tomografia computadorizada: Permite ver as estruturas da coluna vertebral que não podem ser vistas nas radiografias convencionais, tais como uma ruptura de disco, uma estenose espinal ou, ainda, tumores.
- Ressonância magnética: As ressonâncias também produzem imagens dos tecidos moles. Esse exame pode ser solicitado caso o médico suspeite de alguma patologia mais grave (como infecções, tumores, inflamações, rupturas ou hérnia de disco). Na maioria dos casos, a menos que haja “bandeiras vermelhas” na história ou no exame clínico, a ressonância não é necessária durante as primeiras fases da dor lombar.
- Eletroneuromiografia: É um exame minimamente invasivo usado principalmente para confirmar suspeita de radiculopatia lombar, ou seja, dor devido à compressão de nervos periféricos ou hérnia de disco. Agulhas muito finas são inseridas nos músculos para medir a atividade elétrica transmitida a partir do cérebro ou da medula espinhal de uma área particular do corpo e testes de condução nervosa motora e sensitiva também são realizados para se avaliar a integridade do sistema nervoso periférico.
Vale dizer que, na ausência de quaisquer achados no exame neurológico e sem evidência de infecção ou câncer, os exames de imagem não têm utilidade clínica nas primeiras 4 semanas de sintomas.
A Quebec Task Force of Spinal Disorders (Força Tarefa de Quebec para Doenças da Coluna, em tradução livre) preconiza que as radiografias precoces devem ser solicitadas apenas se o paciente tiver dano neurológico, febre, trauma, mais de 50 anos ou menos de 20, ou sinais de neoplasia (tumores).
Tratamentos para dor na região lombar
Você já leu acima que até 90% dos casos se resolvem em poucas semanas.
Uma notícias ainda melhor é que para grande parte deles, ainda, basta um tratamento conservador (não cirúrgico), aliando algumas técnicas como:
- Exercícios posturais
- Alongamentos
- Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios (orais ou tópicos)
- Correntes elétricas transcutâneas (leia mais sobre o TENS)
- Bolsas de água quente
- Infiltrações na coluna (com medicamentos anestésicos ou corticoides)
- Acupuntura
- Tratamento por ondas de choque
Estudos científicos demonstram que manter-se ativo, principalmente no caso de pessoas com dores agudas sem irradiação para as pernas, pode ser benéfico para afastar os sintomas. Além disso, as outras abordagens terapêuticas podem ser importantes não apenas para as dores, mas também para a saúde integral do paciente.
Embora alguns casos extremos necessitem de cirurgia para recuperação total, ela é a última escolha para o tratamento da lombalgia mecânica.
Quanto aos medicamentos, as prescrições para alívio da dor lombar podem incluir analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroides, analgésicos tópicos, relaxantes musculares, opioides, corticosteroides, antidepressivos e anticonvulsivantes, a depender da extensão dos sintomas e da gravidade da lesão.
O médico especialista dirá sobre a necessidade deles ou não e quais servirão melhor ao caso do paciente em avaliação
Etapas do tratamento
Controle da dor e do processo inflamatório
1
Restauração da amplitude de movimento articular e extensibilidade dos tecidos moles
2
Melhoria da força e resistência muscular
3
Reeducação da coordenação
4
Melhoria da condição cardiovascular geral
5
Programas de exercícios de conservação
6
Prevenção das dores nas costas
Nem sempre é possível prevenir a lombalgia, mas algumas atitudes simples podem ser tomadas para evitar que ela apareça e, de quebra, ainda melhorar a sua qualidade de vida. Em crise ou não de dor nas costas, preste atenção às dicas a seguir:
- Alinhe sua postura ao deitar ou sentar para evitar dores
- Quando fizer exercícios com peso, proteja suas costas. O ideal é usar um apoio para as costas quando for realizar um movimento sentado ou deitado
- Evite carregar peso excessivo
- Ao se abaixar, flexione os joelhos e mantenha a coluna reta
- Evite colchões moles ou duros demais. O ideal é que ele não ceda muito durante a noite, ou seja, que não se deforme demais quando você se deita
- Isso também vale para o travesseiro. Ele também não deve ser muito alto ou muito baixo para não deixar a coluna desalinhada
- Mantenha-se no peso ideal para sua altura. Pessoas acima do peso possuem menos flexibilidade da coluna, além de menor resistência das articulações e menos força muscular. A gordura da região abdominal desloca a coluna para frente, sobrecarregando os músculos das costas. Já os magros podem ter problemas nutricionais, como deficiência de cálcio substância que, quando escassez, pode levar à osteoporose e fraturas nos ossos
- Assista televisão sentado, com a cabeça alinhada ao tronco e as costas apoiadas no sofá. Evite deitar com a cabeça no braço do sofá: essa posição favorece dores no pescoço, semelhantes ao torcicolo
- Faça atividades físicas pelo menos três vezes por semana. Pessoas sedentárias frequentemente têm pouca flexibilidade, além de fraqueza os músculos das costas, quadril e coxas. Esse quadro pode restringir o movimento das articulações, inclusive nas tarefas cotidianas
- Atenção também no escritório. Ajuste o monitor do computador para ele ficar na altura dos olhos. O teclado deve ficar em um ângulo de noventa graus com os cotovelos e os punhos precisam estar na mesma linha que o teclado. Nossa cabeça pesa em torno de cinco quilos. Logo, se você se abaixar para olhar o monitor, todo o peso dela ficará a cargo da coluna
- Ainda sobre o trabalho, não fique muito tempo sentado. Procure fazer pausas a cada 30 minutos para levantar e fazer rápidos alongamentos
- Evite sentar com as pernas cruzadas. Deixe-as alinhadas e ligeiramente afastadas, com os pés firmemente apoiados no chão. A altura da cadeira deve ter a mesma distância entre seu joelho e o chão. Sente-se sobre o osso do ísquio, com seu quadril levemente para frente. Os braços devem pender ao lado do corpo, sendo que os antebraços ficam apoiados na mesa de trabalho
Soluções simples para crises de dores lombares
Se você fez tudo certo e ainda assim acordou com a lombar dolorida, existem algumas coisas que você pode fazer em casa para tentar aliviar os sintomas. Lembre-se de procurar um médico caso os sintomas durem por semanas ou sejam muito intensos.
- Para alívio imediato, faça compressas quentes no local por 15 minutos. Sua função é melhorar a corrente sanguínea e relaxar os músculos, diminuindo a intensidade da dor
- Faça massagens locais. Uma boa dica é usar o óleo de lavanda e massagear a região de duas a três vezes ao dia, sem forçar demais os músculos
- Considere a acupuntura. A técnica também pode tratar dor nas costas, mas o tratamento deve ser feito por profissionais de qualidade. A acupuntura tem ação local analgésica, anti-inflamatória, e relaxante muscular, trazendo em poucas sessões melhora na contratura muscular e, consequentemente nas dores. Outros efeitos benéficos secundários são a melhora do sono, e de outros fatores concomitantes associados às dores como stress e ansiedade
Perguntas frequentes sobre dores lombares
1. Qual a diferença entre dor lombar inflamatória e mecânica?
Se a sua dor piora quando você está parado e melhora com o movimento, possivelmente ela vem de um processo inflamatório. A dor que piora com o movimento e alivia quando em repouso costuma ser característica da lombalgia mecânica.
Quando a dor é fixa e não apresenta melhora pode ser tumoral ou infecciosa.
2. Por que é importante avaliar com cuidado a irradiação da dor?
A dor lombar simples geralmente não irradia, por isso merece investigação quando apresenta esse tipo de sintoma. Quando ele vai até o joelho, pode estar relacionada com estruturas da própria coluna. Se é sentida abaixo do joelho, é radicular.
Analisar o trajeto da dor permite identificar a origem da dor e, assim, avaliar a melhor opção de tratamento.
3. Erros no diagnóstico pelos médicos são comuns? Por quê?
Muitos pacientes não conseguem apontar exatamente onde está sua dor. Somado a isso, existe hoje uma supervalorização dos exames de imagens. Essa é a principal fonte de erro nos diagnósticos, porque os exames, embora importantes para verificar infecções e neoplasias, são inespecíficos.
Alguns médicos também negligenciam o exame físico e a anamnese, muito importantes para a definição do diagnóstico correto.
4. Quais os principais aspectos da anamnese?
Uma boa anamnese é capaz de diagnosticar com precisão uma lombalgia mecânica. É importante que você cobre do seu médico essa avaliação.
Nela, o especialista avalia vários aspectos como a evolução da dor, o ritmo, a presença de outros sinais, como febre e perda de peso, e uma má resposta a tratamentos anteriores.
A anamnese também considera a irradiação da dor, o que ajuda a melhorar ou a piorar o sintoma, quando ele teve início, entre outros detalhes.
Mitos e verdades sobre dores lombares
1. A dor lombar só ocorre na região das costas – MITO
O corpo humano é interligado por nervos, por isso você também pode sentir dor nas pernas. Isso acontece porque toda a inervação dos membros inferiores, tanto a sensitiva como a motora se origina na região lombar. Por isso, se essa região é afetada (em uma lesão por hérnia de disco ou ciática) o paciente também pode sentir dor nas pernas e até no pé.
2. O excesso de peso é uma das principais causas – VERDADE
O excesso de peso aumenta a pressão na região lombar, podendo sobrecarregar os músculos e articulações. Assim, o sobrepeso pode originar a dor e é uma das principais causas. É importante saber que ele nem sempre pode ser considerado um fator conclusivo, muitas vezes estando associado a outras questões, como alterações posturais ou sedentarismo.
3. Nem sempre a dor na região lombar é devido à travamento de músculo ou contratura – VERDADE
A dor nas costas pode sinalizar outros problemas de saúde que não tem relação nenhuma com a lombalgia. Essa dor pode ter origem variada, pois ela ser causada por um problema no aparelho urinário, por exemplo. Alguns médicos consideram a lombalgia um sintoma e não uma doença, mas mesmo assim a dor pode ser causada por outros problemas.
4. O tratamento da dor pode ser resolvido em pouco tempo – MITO
O tratamento da lombalgia não é fácil, ela exige muitas mudanças de hábitos. A maioria dos casos de dores lombares são agudas e auto-limitantes. No entanto, as lombalgias crônicas necessitam de maior atenção, devido à possibilidade de piora na qualidade de vida.
O médico precisa avaliar com cuidado a situação do paciente para encontrar o tratamento mais indicado. Algumas vezes o paciente precisa passar por muitas horas de fisioterapia e exercícios físicos.
Outras opções de tratamentos incluem yoga, acupuntura, infiltrações e bloqueios anestésicos. Raramente se precisa passar por cirurgia.
5. A lombalgia surge apenas em idosos – MITO
Antigamente até era verdade, mas nos dias de hoje a lombalgia tem ficado cada vez mais comuns em crianças, jovens e adultos. É claro que o problema aparece de intensidades diferentes, mas se você é jovem e passa muito tempo na frente do computador ou senta de maneira errada, corre o risco de sofrer lombalgia.
Observe sempre sua postura, e faça atividade física.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
When to Worry About Low Back Pain
Risk factors in low–back pain. An epidemiological survey.
Non-specific low back pain. The Lancet