A neuralgia occipital é uma condição dolorosa que afeta a parte posterior da cabeça, geralmente nas áreas inervadas pelo nervo occipital maior, nervo occipital menor, terceiro nervo occipital ou uma combinação deles.
A dor é paroxística, dura de segundos a minutos e costuma ser descrita como lancinante ou em “pontadas”.
Embora seja uma condição relativamente rara, é importante que médicos e pacientes reconheçam seus sinais, compreendam as opções de tratamento e saibam a importância de uma abordagem multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida.
Causas da neuralgia occipital
Na maioria dos casos, a neuralgia occipital está relacionada à compressão de um dos nervos occipitais em pontos específicos do trajeto anatômico. Essa compressão pode ocorrer por alterações musculares, ósseas ou vasculares, além de condições estruturais e traumas.
O conhecimento da anatomia e dos locais mais comuns de compressão é fundamental para direcionar o tratamento. Alguns fatores associados incluem:
- Hipertrofia, tensão ou espasmo muscular na região cervical;
- Alterações estruturais do crânio ou da coluna;
- Traumas;
- Malformações, como Arnold-Chiari ou malformações arteriovenosas;
- Raramente, infecções ou lesões desmielinizantes.
Quem pode ser afetado
Estudos apontam que a incidência é de cerca de 3,2 casos para cada 100 mil pessoas, sendo mais comum a partir da quinta década de vida.
A neuralgia occipital representa aproximadamente 8,3% dos casos de dor facial em algumas populações estudadas.
Sintomas característicos
A neuralgia occipital geralmente começa de forma unilateral, mas pode se tornar bilateral com o tempo. Os sintomas incluem:
- Dor intensa, aguda e em choques na parte de trás da cabeça;
- Sensibilidade aumentada no trajeto do nervo;
- Disestesia ou alodínia (sensação de dor ao toque leve);
- Ponto doloroso característico na base do crânio (sinal de Tinel positivo).
Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico combina história clínica detalhada, exame físico e confirmação por bloqueio anestésico local no nervo suspeito.
O alívio da dor após o bloqueio é um critério fundamental. Em alguns casos, é necessário repetir o procedimento para confirmar o diagnóstico, já que há possibilidade de falso-positivos.
Exames de imagem podem ser solicitados se houver suspeita de lesões ou alterações anatômicas.
Tratamentos disponíveis
O tratamento pode variar de medidas conservadoras até procedimentos cirúrgicos, dependendo da resposta do paciente. Entre as opções estão:
Medicamentos:
Anti-inflamatórios não esteroides;
Antidepressivos tricíclicos;
Inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina;
Anticonvulsivantes.
Procedimentos intervencionistas:
- Bloqueios anestésicos terapêuticos com ou sem corticoides;
- Injeção de toxina botulínica A;
- Ablação por radiofrequência (pulsada ou térmica);
- Crioablação percutânea guiada por ultrassom;
- Neuromodulação com implante de eletrodos;
- Descompressão cirúrgica em casos refratários.
Diagnóstico diferencial
A neuralgia occipital pode ser confundida com outros tipos de cefaleia e condições de dor facial. Entre as mais comuns estão a enxaqueca, a cefaleia tensional, a cefaleia em salvas e a hemicrania contínua.
Além disso, dores cervicais de origem musculoesquelética, como as causadas por alterações discais ou facetárias, também podem irradiar para a região occipital, mas geralmente não apresentam o padrão lancinante típico da neuralgia.
Um passo essencial para diferenciar a neuralgia occipital de outras condições é o bloqueio anestésico do nervo. Quando há alívio significativo da dor após o bloqueio, o diagnóstico se torna mais preciso, auxiliando na escolha do tratamento mais adequado.
Prognóstico
Com o tratamento adequado, muitos pacientes alcançam alívio significativo da dor.
Os resultados podem durar de semanas a anos, dependendo da técnica utilizada e da gravidade da condição.
Importância da abordagem multidisciplinar
O manejo da neuralgia occipital é mais eficaz quando envolve diferentes especialistas:
- Neurologistas;
- Médicos especialistas em dor;
- Neurocirurgiões;
- Psicólogos;
- Fisioterapeutas;
- Profissionais de enfermagem capacitados para procedimentos intervencionistas.
Essa integração contribui para um diagnóstico mais preciso, escolhas terapêuticas adequadas e melhora na qualidade de vida do paciente.
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